quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Hamburguer X Yaksoba



Faltavam apenas 10min para começar o filme. Eu precisava comer alguma coisa rapidamente. Meu paladar estava pedindo desesperadamente o Yaksoba em promoção no mesmo shopping do cinema que eu estava prestes a entrar. Adoro esse yaksoba, mas a pressa me fez correr até o Mc Donald´s. Peguei então a sacola de papelão com a mão esquerda e na outra os 500ml de coca-cola, e, entrei na sala de cinema. Em cartaz: A Múmia – A tumba do Imperador Dragão. Sentei quietinho e comecei a comer. O filme estava começando.

É certo que deste gênero de cinema não se espera mais do que o esplendor dos efeitos especiais. Nada mais perfeito que ver “monstros das neves” e todo um exército de esqueletos em posição de batalha. Este é o grande atrativo, e, por que não dizer a isca do produto. E é com este anzol, composto pelo mix de efeitos especiais e o bobo humor americano, que a indústria do cinema estados unidenses lança a história do arqueólogo Ricky O’Donnel que busca deter a “múmia” (que não é múmia) do grande imperador chinês. Morde a isca o mais distraído. O anzol do cinema americano lançado na mesma época das Olimpíadas de Beijim, salta aos olhos de quem está um pouco mais atento.


Vamos lá! A trama do filme conta a história de um Imperador da China que há séculos antes de Cristo conquista todos os povos e regiões (ou seja uma superpotência ;) e deseja, simplesmente, ser imortal. Ao saber que a feiticeira chinesa Zi Yuan pode realizar o seu desejo, o imperador ordena que ela seja trazida ao seu palácio. O Imperador além de quer ser imortal, ainda queria “traçar” a bela feiticeira chinesa, até que é traído pelo fiel general sofrendo uma maldição, sendo transformado ele e todo o seu exercito em estátuas. Esta maldição só seria quebrada se um punhal, que só a feiticeira a tinha, atravessasse o peito do Imperador Chinês. Facinho de entender não? Mas não pára por aí.


O arqueólogo e seu filho anos e anos depois desta fatalidade na china resolvem mexer no que estava quieto. Desenterraram a “Múmia” do Imperador e toda a sua trupe de soldados. O atual exercito chinês “cresceu os olhos” e quis ressuscitar o tal exercito perdido. Assim, dominaria mais uma vez o mundo voltando então a ser a grande potencia. Vale ressaltar que o grande exercito chinês (tanto o atual quanto o pré-histórico) comporta-se no filme como os vilões da história. E deter estas "mini-múmias" é trabalho para quem quem quem quem? Para os americanos, lógico. Ah e, também, para a chinesinha filha da feiticeira que possuía o único punhal que derrotaria a grande “Múmia”.

Sem contar as piadinhas e zombarias, daquele humor sem graça americano, feita aos chineses no decorrer do filme, pateticidade maior foi ver q a turma americana, com muito sacrifício, procuravam desde o inicio do filme fazer com que o imperador não se tornasse imortal e dominasse o mundo. E no final, quem matou o grande imperador? Ah muito fácil: a chinesinha filha da feiticeira. Não não. Ops?! Mas você leitor deve estar se perguntando: “Mas não era ela que tinha o punhal?”. Vocês acham que os gordos branquelos iriam perder essa oportunidade? O arqueólogo sacou o punhal das mãos da feiticeira e esfaqueou o coração da grande “Múmia”. E assim o americano livrou o mundo do domínio do grande exercito chinês. E os Estados Unidos, então, salvou o mundo da china.

Ai ai...

Mas essa prática americana de se utilizar da sua única arte, o cinema, para exercer seu poder no mundo não é de agora. Lembro quando era criança, lá por 1985, os noticiários enfatizavam a Guera Fria. A União Soviética (URSS) de Gorbatchov vivia em uma constante “troca de farpas” com o EUA capitalista. Me lembro pouco dessa época, mas uma coisa não me falha à memória: os cinemas lotavam suas bilheterias para ver Rocky IV, interpretado pelo fortão Silvester Stalone . O campeão mundial de pesos-pesados massacra no ringue o russo Ivan Drago. E quem não enchia os olhos d’água ao ver o astro receber o cinturão de ouro.

Ao sair do cinema lembrei das dezenas de medalhas que os Estados Unidos levou nas olimpíadas. Do volley masculino: perdemos a medalha para eles. Observei os adolescentes do shopping que se comportavam como os jovens dos seriados americanos. Vi as placas das lojas e restaurantes escritas em inglês. Fiquei pensando... até quando... enfim...
Droga! Deveria ter comido o Yaksoba da promoção. Muito mais gostoso e saudável. Grrrrr! ;(

4 comentários:

Anônimo disse...

Felipe,

É isso mesmo Felipe até quando ficaremos sob a hememina dos estados unifod. mas o pior é saber que stamos alimantando essas besterias dele.
adoro ler suas postagens

Raul -RJ

A.R disse...

Oie!

Registrando minha visita. E qaunto ao primeiro texto, manifesto minha aversão ao hamburguer macdonaldinense..:-)

Bjos

P.S : Gostei do texto sobre a peça no teatro José de Alencar..

Inté

Elton Menezes Severo disse...

hahahahaha
gostei do texto
na verdade, é um blog legal :P

Anônimo disse...

Eu vou de pão de queijo no cinema. Muito bom!