quinta-feira, 31 de julho de 2008

Noivos (s)em foco


O sinal verde para os pedestres acendeu e eu, cansado , voltando do meu dia de trabalho e faculdade atravessei a avenida Antonio Sales no cruzamento entre a Desembargador Moreira. As 10h da noite o trânsito neste local costuma estar calmo mas neste dia, como em muitos outros, acontecia um rebuliço. Os ônibus buzinavam; o flanelinhas acenavam para um não sei o quê; as motos rodopiavam entre os carros.. enfim, um caos. Curioso, me aproximei do que parecia ser o centro do frisson. Na porta da Igreja Matriz da minha paróquia, são Vicente de Paula, entrava uma noiva. Ela não só vestia-se, mas comportava-se como uma princesa. O pai abanava-se com o auxílio das golas do paletó em um vai-e-vem muito deselegante. Já ouvia-se de dentro do templo a marcha nupcial, que, de fora ecoava entre as buzinas dos carros. O flashes dos fotógrafos piscavam em uma velocidade estonteante. Uma tensão só! E eu (risos) na calçada da igreja, fingindo atender meu celular, registrava todo o acontecimento de perto.


Depois que a noiva entrou na igreja, pus as mãos no bolso e, voltei pra casa refletindo em um bocado de coisas relacionado ao fato que vi. Pensei no matrimônio dos meus pais (exemplo pra mim). Lembrei do seriado americano Sexy and the City que deu origem a um filme que, inclusive, assisti há um mês (Depois digo por quê pensei neste filme). E lembrei, por fim, de um programa de TV transmitido aqui em Fortaleza que trata dos casamentos super in da cidade. Eu o chamo de noivos sem foco. Mas é por aí mesmo.


Olha só! Vestido da noiva, x reais. Maquiagem, sobrancelha: y reais. A calda do vestido: z reais. .. que mais? Vamos lá... tem mais... é ... aquela roupa quente do noivo: um bolão de reais... As flores para a igreja (porque se não tiver flores não casa) mais uma fortuna... huummm... A filmagem, oh céus a filmagem. Como eu poderia esquecer?! Se não registrar tudo isso em imagens, então não casou... Tem também a parte que eu morro de vergonha mas tem que ser dito. Ah meu Deus, lá vai: o preço do padre. (Bem não vou falar disso porque tenho vontade de me esconder embaixo do altar. Sem comentários). E por fim, tchan, tchan, tchan: a festa! whisky, champangne, bolo, quitutes, a banda para tocar, a famosa mesa de chocolates, as havaianas. Glup?! Não porque casamento no Ceará sem havaianas, não é casamento...(huahuahua)e por aí vai. E assim as pessoas se perdem na fantástica e milionária industria do casamento. Passam um ano na ilusão de ficar pagando e pagando, por apenas uma noite. Lembrei-me agora daquela música de Vinícius: a felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval. A gente trabalha o ano inteiro por um momento de sonho, pra fazer a fantasia de rei, de pirata, ou jardineira. Pra tudo se acabar na quarta–feira... E sem contar que perdem a originalidade, a criatividade, e o que é pior, perdem o foco principal do festejo: a união.


Sabe, não posso e nem é minha intenção julgar quem gosta dessas mega festas. Muito menos tirar a significação do ritual. Faz parte do homem em toda a história viver de ritos. Nossa vida é cheia de ritos. E é importante cultivá-los! Mas gosto sim de observar, de longe, como as pessoas parecem perder de vista o que é essencial: fazer a pessoa que ama feliz para o resto da vida, simplesmente. Acho que o problema está exatamente aí.


Oww :) Tem coisas tão mais bacanas para pensar e se empolgar. Deve ser muito massa pensar que vão ficar juntinhos, os dois, para o resto da vida. Dividir as despesas. Se desentenderem. "Pegar abuso" um do outro (risos), e, depois voltarem a se admirar. Programar viagens juntos. Exercitar a paciência na falta de grana. Cuidar na hora que ficar dodói. Ser apoio na hora do desespero. Descobrir coisas novas na cama... (huummm...), e também, cansar da cama... hehe Ser amigo, companheiro, cúmplice... Pô, acho que tudo isso já tem tanta luz. Não entendo porque tanto riquitrife para expressar algo que, em si, já traz sua própria beleza.Pensando bem, quer saber?! Vejo uma coisa que acho engraçado. Na maioria dos casos quanto maior o fru-fru (é essa palavra fresca mesmo) mais rápido se escuta: "É não deu mais. Desgastou..." Podem observar.


Só uma digressão. Como disse lá em cima no segundo parágrafo assisti Sexy and the City. Uma comédia romântica que levou à telona a história de quatro amigas em Nova York que viviam suas histórias e casos de amor. No cinema a personagem principal deveria casar-se com seu grande amor. Em meio às grifes caríssimas da 5° avenida, e, aos flashes da revista de moda Vogue ela era a noiva mais famosa da megalópole americana. Bem, do tamanho que foi o sucesso do preparo, foi o fracasso do que nem chegou a acontecer. Um desentendimento fez do evento um fiasco. Por fim.. (risos) não vou contar o fim. Com isso, quem já viu vai entender perfeitamente por que citei o filme aqui. Dizem que foi bobo por ser previsível, mas eu: a-do-rei!


p.s. Bem, não revisei o texto. desculpem é que estou muuito cansado e agora vou dormir. Depois podem colocar nos comentários os meus erros de português, tá (risos).

terça-feira, 29 de julho de 2008

(?!)

O evangélico para o católico:

- Amigo, olha o que eu lia em meu seminário no Texas!!
E puxou da gaveta do criado mudo o guia espiritual A Imitação de Cristo...
- (?!)


Querido Rafael,
Tu és uma caixinha de surpresas. Ainda estou boquiaberto. (risos)

domingo, 27 de julho de 2008

escorpião


Se existem três coisas que a humanidade criou que eu acho o cúmulo da bobagem são: O Big Brother, a torradeira e os signos. TUDO BOBAGEM!!! Pronto, falei. E o leitor faça o que quiser com isso! Desnecessário os três. Inúteis.


O primeiro é a caixinha de Skinner. Um monte de ratinho de laboratório dentro de uma casa exibindo as suas reações. Mas não vou me deter neste primeiro ítem porque já virou até um clichê pseudo-intelectual odiar o BBB. (Segredo e não contém pra ninguém : esse ano eu assiti todos os dias. Foi ótimo rsrs). O segundo, meu Deus, uma geringonça enorme que gasta uma energia da p... e que ocupa um lugar considerável em nossas cozinhas. Ah, acho muito mais prático comprar as torradas prontas em um supermercado. Tem o mesmo gosto. O terceiro.. ah lá vai eu me irritar...

Bem, para explicar a minha repulsa a este último não vou me deter a conceitos filosóficos de existencialismo ou humanismo e etc... e muito menos teológicos. Para ser mais preciso vou logo direto ao ponto. FUNDAMENTADO EM QUE O HOMEM EM SUA EXISTÊNCIA DEVE, PRECISA OU ESTÁ PREDESTINADO A SER UMA CARGA DE CARACTERÍSITAS ÚNICA? Por favor, se eu estiver sendo cabeça dura me repreendam por aqui mesmo.

Tenho 26 anos e ninguém, até hoje, me deu uma explicação empírica e palpável sobre esta teoria milenar. A coisa mais interessante que já ouvi foi: Se a lua influencia no mar então por que não pode influenciar em nosso corpo que também é composto de água? (ah Jesus, pausa para suspiro...) Come ooon. , se a lua ou algum astro tem poder de mudança sobre a nossa personalidade então, isso implica dizer que estamos sempre em modificação. Sobretudo, desde a hora em que o espermatozóide do nosso pai entrou no óvulo de nossa mãe e aquele monte de líquido foi se transformando em gente. Entendem meu raciocínio? Se a lua está sempre interferindo na natureza e consequentemente em nosso corpo e personalidade, então a cada lua cheia, a cada quarto minguante e a cada quarto crescente, teremos uma forma de ser e de agir diferente. Volúvel e inconstante não?!!!

Quando se fala em gente eu prefiro acreditar em mudanças ad intra, e não ad extra. Ou seja, que vem de dentro para fora. Acredito que o homem é um ser que nasceu com a capacidade de RECONHECER-SE e SUPERAR-SE. Seria muito cômodo eu dizer: -“Ah o capricorniano é assim... e pronto... é assim”. Não. Não. Não e Não. O FELIPE é assim. O Felipe é chato. O Felipe desiste das coisas facilmente. O Felipe é ansioso. O FE-LI-PE. E por aí vai. A partir daí eu reconheço as minhas falhas; limitações e tento ser melhor. E muito mais que isso cada pessoa é única e tem a plena e total liberdade de decidir, e escolher, o que é bom e o que é ruim para sí. Contudo, cada um molda sua personalidade a partir de suas próprias escolhas. Cada um tem uma carga de características próprias, e, cada um tem uma história, com realidades diferentes, em contextos diversificados de família, cultura, e etc...

Pronto acho que falei o que penso...

Ah e quanto ao título do texto, escorpião, deixa pra lá... (risos) Agora vou comer torradas. Mas de pacote, compradas prontas. hehe ;)



quarta-feira, 23 de julho de 2008

a sutileza da bobagem

E no Mestiço... em um papo, ainda, um pouco formal.

- Ei Felipe, cê sabe que pimenta é essa? Segurando o vidrinho que, até então, estava quieto no centro da mesa.
- Não num sei. Não me ligo em pimenta.
- É Pimenta Rosa.

- Ah !

Silêncio...

- Mas sabe por quê se chama rosa?
- Sei lá. Balançou a cabeça como quem não faz nem idéia.
- Porque é rosa... Respondeu “Simone”.


(hahahahaha)

Encontrei uma pérola no meio de tanta gente (risos). Aliás, duas!
Amei vocês!!!


a felicidade (!)


E no messenger.


(...)


-Ei Veleiro, você já deu uma lidinha no meu blog cara? Agora que ele tá tomando forma!
-Não. Ainda não.
-Affemaria! Amigo eu preciso de leitores para em criticar. Preciso de comentários para ser feliz!
- Quer ser feliz? Toma um sorvete de Ciocolatto na Barbaresco. É uma delícia!rsrsrsrs


Ai ai... um dia eu aprendo...


Valew Veleiro!!!


terça-feira, 22 de julho de 2008

Hamlet hodierno


E viva Shakspeare. Ou, viva Wagner Moura... bem... nem sei... Depois do que vi no último domingo... Estou, ainda, estarrecido.

Não me considero um cara conhecedor do teatro. Seria deveras pedante de minha parte dar um parecer crítico sobre a peça dirigida por Aderbal Freire. Mas com minha simples e pura apreciação estética eu digo sim, e, sem medo: tá foda, os caras estão arrebentando!
Sem dúvida uma das melhores coisas que vi em termo de palco nos últimos tempos. Acho até que a mídia nacional (sobretudo a Revista Bravo! deste mês) foi econômica e generosa no que diz respeito à divulgação do espetáculo.

Hamlet nesta montagem recebe uma cara completamente moderna. Em três horas e quarenta e cinco minutos de espetáculo, dividida em dois atos, vê-se um louco e um descabelado que parece até controlar a transpiração do corpo... Nunca tinha imaginado a personagem mais desafiante do teatro com essa roupagem. Enfim, fantástico.

A questão é: seja e esteja neste espetáculo. Vá, vá e vá. Depois me conta!

p.s. Obrigado, meu pasmo ;)



Serviço:
Em Sampa. Sexta, sábado e domingo no teatro FAAP. Só até setembro!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

três curabies e um palhetim


- Quem é o solteiro?
- O bonito (risos). Cochichou o amigo enquanto aproximavam-se da mesa.

O café, naquele dia, não trazia nada de novo. Era um sábado como qualquer outro de café entre amigos: um expresso; três curabies; um palhetim e muita conversa jogada fora. E só bobagem, muita bobagem!

Fernando acabava de chegar do cinema que, "diga-se de passagem", estava completamente vazio. Para ele era sintomático assistir Sexy and the City, uma comédia romântica, só, sozinho em uma sala de cinema. Sentia-se mais solitário que um paulistano. Contudo, para aquele sábado ele não esperava nada. Nada mesmo!

- Fernando essa é Renata. Renata, Fernando.

Os dois sentiram aquele friozinho na barriga. Aquela sensação de que tem uma revoada de borboletinhas subindo em seu estômago. Normal quando se trata de duas pessoas que esperam... Em tempos de férias tudo é previsível, inclusive paixões. Mas o imprevisível era naturalmente o por vir.

- O que se pede nesse café sem parecer uma glutona?
A resposta veio rápida.
- Três curabies, e um palhetim.
E voltando-se para a garçonete.
- Um expresso, três curabies, um palhetim e um sprite zero.

E foi assim... (É assim que as pessoas se encontram, simplesmente.) Os dois saíram daquele café sem saber exatamente o que iria acontecer depois. O que já acontecia ali era a vontade de ambos. A beleza do encontro dispensou o lirismo e o clichê folhetinesco. O desejo expulsou o medo da distância. Eram eles alí, que sem saber, começavam a contar as exatas vinte e oito horas do primeiro encontro ;) As primeiras vinte e oito, de outras 720 que viveram até agora.

... um mês depois...

- Nossa net está péssima. Você está me ouvindo? Só a câmara está ok.
- Não, não te escuto bem. Mas te ver já me basta. E ei, você está lindo com essa barba.
- (risos) Esse Skype tá foda. Vamos dormir?! Amanhã temos que acordar cedo.
- Claro, estou contando os minutos pra te ver. Falta pouco.
- Idem. Boa noite e boa viagem! Dorme que eu tô te cuidando com meu pensamento.
- Beijo.
- Beijo.

domingo, 6 de julho de 2008

dizer, apenas!


A linguagem nunca foi a minha praia na filosofia. Mas ultimamente tenho analisado bastante o poder e os limites da fala. Aonde ela chega e até onde ela vai. E muito mais que isso a sua capacidade de construção em meio a um mundo pós-moderno tomado por valores volúveis e efêmeros. É certo que as relações interpessoais quando consumadas de forma física (partindo de um pressuposto sensorial), também, falam muito. Mas tenho percebido que essa forma de expressão nem sempre diz tudo, e, é exatamente esse dito, que pode vir a se tornar uma poderosa ferramenta de construção de valores em nosso contexto sócio-cultural. Pensando assim me permiti refletir mais sobre a máxima do "papa" da filosofia da linguagem, Wittgeinstein: “Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”. Até onde refutar ou concordar com a afirmação do pensador?


É certo que algumas interpretações errôneas acreditam que o filósofo limitou sua capacidade de expressão da fala. Em suas Investigações Filosóficas, ele diz que o sujeito tem a capacidade de batizar o seu objeto de acordo com a sensação privada que ele tem do mesmo. Exemplo?! Se digo que amo algo ou alguém este meu objeto pode estar recebendo uma informação arbitrária. Nem mesmo o sujeito pode ter a certeza do que se está falando. Quem disse que o que falo não pode ser nomeado, sei lá, de “mesa”, ou até mesmo “ódio”? O sujeito então não teria justificativas ou critérios para legitimar a sua fala, e esta correria um grande risco de não ser verdadeira. Ou não!!! O melhor vem agora quando o pensamento é visto às avessas. ;) A forma de amar dita pelo sujeito pode ter uma interpretação única dele, exatamente porque é privada. E ele tem a total liberdade de dizer - ou batizar- o que sente, e da forma dele, ao seu objeto. Este, por sua vez, terá o total entendimento da fala (do mesmo sujeito), porque compreendeu exatamente o que acabou de ser dito. Construiu-se, enfim, uma linguagem (e uma linguagem própria). Bacana não é?!


Pensando em meu exemplo, acho que é por isso que as pessoas hoje tem tanto medo de dizer o que sentem. Temem a significação dessa fala no receptor. (Há quem fale até no peso da responsabilidade daquilo que se diz.) Pura bobagem! Se as pessoas bem soubessem o quanto é edificante dizer, da forma mais transparente, o que se tem na mente. Independente da nomenclatura dada a esse sentimento ou objeto (e é exatamente isso o que menos importa), apenas dizer, simplesmente... sem regras, sem medos, sem melindres...


Então, pra quê mesmo se preocupar com isso? Por que achar que é possível ou impossível dar nomes ao que se pensa ao falar de uma sensação privada, se ela já encontra, pois, o seu espaço na linguagem? E vou mais além... Prá quê buscar palavras na razão? Prá quê? Se gente é coração...


Pronto, desconstruí (risos)!

sábado, 5 de julho de 2008

a Joaninha


... e estava eu sentado em um banco de madeira da minha faculdade. Onde eu estudo tudo (tudo mesmo) parece ser chato e desinteressante. No meio de tanta gente sem graça pousou, em meu peito, uma joaninha. Tão linda! Formato de bolinha, cabecinha vermelha e cheia de pintinhas pretas. É ela (assim mesmo: com tudo no diminutivo). É exatamente ela minha Joaninha. Chegou como quem nada quer e ocupou um espaço bonito no meu coração.


Depois deste dia ela começou a me dizer que tudo é muito simples. Tornou-se uma amiga e onde estou na faculdade ela vem, devagarzinho, e vôa pra pertinho de mim. Me diz, todos os dias que basta ser e estar para que as coisas aconteçam. Me conta piadas de vriido; marca aulas de rádio às 3h; me diz que não entende nada de editoração eletrônica; gasta tempo comigo conversando sobre política (e eu adoro); aparece em meus e-mails no meio do meu trabalho... Quer até ser meu cupido, porque quer me ver feliz! No fim do dia eu monto em sua cacunda de bola, ela levanta suas asinhas e me leva pra casa. Me deixa, cansado, na porta do meu prédio.


Quando eu for jornalista Joaninha, será tu minha amiga-mestra. Sou eu que voarei até onde você estiver. Vou te pedir para me ensinar a ser assim: desenrolada, e solta no mundo! E se eu tivesse um cabelinho vermelho igual ao teu... Aaaah! Entraria no Carrossel do teu universo e seria de vez, para sempre, um autista... :)


Parabéns Joaninha!!! Te amo muito.